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Mestre​-​Sala e Porta​-​Black Flag

by Halé

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1.
Minha vida no lixão Sempre foi muito boa Macarrão e arroz podre?! Da pra aproveitar! O ruim vai ser ter que dividir o lixo com os urubus Mas nosso governo é bom E mais lixo vai mandar! Conselho de irmão Coma lixo que é muito bom No lixão encontrei uma vitrola Rodei o disco da Xuxa ao contrario Peguei dengue Fumei Crack e fui dormir
2.
Não! eu não sei. O que se passa pela minha cabeça? O que se passa? Eu não sei! Ah eu já sei! Vou sair correndo pelado pelas ruas gritando Que eu não sei! eu não sei!
3.
Eu a conheci num show de hardcore Depois a reencontrei numa roda de samba Quando ela pediu carona no meu fusca Confesso que meu coração ficou meio bamba A convidei pra conhecer o meu barracão Ela gostou dos discos do Cartola E Ratos de Porão (Hey, Hey, hey tu ta gamadinho / hey, hey ta apaixonadinho, hey, hey, heeeeey....) Eu quero lhe dizer Espero que você nao negue Eu quero ser seu mestre sala E você minha porta Black Flag
4.
Música idiota Música idiota Música imbecil Música de bosta Música idiota pra valer Música imbecil Qualquer um pode fazer I don´t care about you think Because I just wanna party Eu não me importo com o que você pensa Porque o que eu quero é festa!
5.
Esse cara é 171 Sujeito safado Esse cara é 171 Mão leve, ensaboado. Diz que é amigo de peixe grande Enfeita o pavão legal Diplomado em falcatrua Não vale um real Meu bem esse cara não passa de 171 Se liga nessa! Fica acordado! Pois camarão que dorme a onda leva!
6.
Cobra, Veado, gato e borboleta Carneiro, pato, peru e macaco Toda tentativa foi por ralo abaixo Porque o meu jogo deu zebra! Duro igual um coco Pedi fiado e fiz meu jogo Gritei ganhei! E ouvi um... “ puta que pariu” A policia grampeou o dono do jogo do bicho!
7.
Ninguém tem pena de mim Querem o meu couro Para fazer tamborim Mas não vai dar malandragem Não vai dar não! Minha vida foi escrita Num pedaço de papel de pão Sempre joguei no time certo Pra não arrumar confusão Então não me venha você Me mandar tomar na cuíca não Você pensa que é partido alto Mas não passa de um cara fraco Tira o pandeiro do meu caminho E chora cavaco!
8.
Tem que se esforçar Tem que ralar Pra chegar lá Tem que matar Um godzila por dia! Tem que se esguelar Pra chegar lá Tem que matar Um godzila por dia
9.
Seremos sempre um saco de bosta?! Seremos sempre um saco de bosta... ...se não acreditarmos em nós... ...Não mudaremos nada Seremos um saco de lixo a boiar No valão de nossas vidas
10.
Tem que se ligar Como é feita a plantação O prato que você come Não se cospe não E o que você planta? O que vai colher então? Plantou mamão e colheu um bananão E o pior de tudo nessa plantação É tirar proveito da colheita dos irmãos É ter o produto na sua mão E ainda querer açucar nesse mamão Seria facil dizer Até mesmo te sacanear Mas tudo isso por ser apenas um integrante trangenico Da cena hardcore
11.
Na deliciosa culinária da vida Botaram uma batata quente nas suas mãos Esfregaram cebola em seus olhos Te bateram com pau de macarrão É osso duro de roer Pegue os problemas Vá descascando E os cozinhe em fogo brando
12.
Quase que ela morreu Ninguém socorreu Tava num banheiro sujo Com a cara enfiada numa privada Vomitava sangue Enquanto rastejava E ela se reerguia Por entre cacos de vidro E sorria dizendo Nada pode me parar Pude a ver sorrindo Na pista de dança E ela... Se chamava... Esperança
13.
La laiá laiá Hoje vem uma rapaziada aqui em casa almoçar Vamo minha nega fazer um sacolão Limão pra caipirinha E um coentro para o feijão

about

MESTRE-SALA E PORTA-BLACK FLAG é um sambista embriagado numa roda punk? Ou seria um roqueiro doidão numa roda de samba? As duas coisas, se você estiver falando do album da banda HALÉ, que tropeçou, catou cavaco na avenida suja da vida, caiu de beiço no chão e levantou com menos dentes mas sem deixar de lado o sorriso, no estilo Tião Macalé.

Este é o segundo álbum da banda Halé, que completa em 2012 sua primeira década de atividade, misturando a pegada do rock com a malemolência do samba carioca. Chega no sapatinho, disponibilizando o álbum para download, para o que der e vier. Bem devagar, quase de lado, tipo o Martinho (da Vila), pronta para voltar para o seu habitat natural: a estrada.

Nessa segunda aventura no mundo do ar-condicionado siberiano, vulgo estúdio de gravação, pedimos para desligar o dito cujo e registramos as treze faixas do álbum na Toca do Bandido, um dos mais conceituados estúdios do país. A mixagem ficou nas mãos do Jorge Guerreiro, mais conhecido pelos trabalho feito com bandas como o Dead Fish, Pitty e Matanza. Para fechar a tampa, Leonardo Medeiros, que também produziu o disco, masterizou o Mestre-Sala e Porta-Black Flag.

O álbum conta com a participação de Valcimar Lucas, vocalista do Ataque Periférico, e todo o conceito gráfico foi elaborado por Daniel Ete, desenhista e integrante do Muzzarelas.

credits

released January 1, 2012

Vocal de Anderson Perninha
Guitarra de Vítor Freire
Baixo de Gustavo Lobo
Bateria de Mauro Pimentel

Gravado no estúdio Toca do Bandido em 2012 por Leonardo Medeiros.
Mixagem de Jorge Guerreiro
Masterização de Leonardo Medeiros

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Halé Rio De Janeiro, Brazil

Banda carioca que não pensa duas vezes antes de misturar a energia do hardcore com a malemolência do samba carioca. Saídos de uma lata de lixo, bem ordinária, do bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, Brasil.

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